AQUELA DONDE NUNCA SE REGRESSA
Sentado perto da janela fechada, Beno sabia perfeitamente que regressara das muitas viagens que fizera para iniciar a última viagem possível, aquela donde nunca se regressa – a do esquecimento…
Dormitou, e dormitou sabendo que o corpo magro que transportara de um lado para o outro, sem descanso, fora sempre a sua última morada. E nele se habituara a viver, mal ou bem, e com ele rira e chorara. Com ele morreria, ao mesmo tempo.
Al Berto em Lunário, Assírio &Alvim, Lisboa Dezembro de 1999.
Sem comentários:
Enviar um comentário