domingo, 6 de janeiro de 2013

DIA DE REIS


Foi o ano em que recebi menos postais de Boas-Festas.

Peço desculpa, a crise pode servir para muitas coisas, mas não para serve para tudo.

Alguns amigos entenderam enviar-me SMS, outros mails, outros apareceram aqui em casa.

Não sei quando se perdeu esta velha tradição de mandar postais de Boas-Festas à família, aos amigos, mas eu teimo sempre.
Lembro-me, quando era miúda, ir à papelaria da rua onde morava.

Havia um tabuleiro cheio de cartões de Boas-Festas, de todos os tamanhos, de todos os preços, ainda não havia normalização de envelopes ou lá o que lhe chamam. Eram difíceis os tempos, o dinheiro curto, mas os mais chegados recebiam sempre um postalinho. As palavras, os desejos sempre os mesmos mas o importante é o lembrar.

 Os tempos são o que são, mas eu teimo: mando sempre Boas-Festas aos meus netos, aos meus sobrinhos, aos sobrinhos-netos, aos meus amigos, alguns que já não vejo há tanto tempo.

Até ao dia 10 de Dezembro os postais ficam escritos, colocados nos envelopes, e depois é um gosto só meu de ir ao correio, estar algum tempo na fila, e enviar a minha amizade, a minha afectividade por aí fora.

Dia de Reis.

Agora é o velho ataque de nostalgia, uma certa tristeza, o ter de desmanchar as decorações, a árvore de Natal, o presépio, guardar tudo em caixas e esperar que seja outra vez Natal.

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