quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
O SUBTIL SALGADO
Este título encontra-se na 1ª página do Expresso de sábado e é uma chamada de atenção para a longa entrevista do banqueiro Ricardo Salgado, que é publicada no suplemento de Economia.
Contudo, no caderno principal do semanário, na sua habitual coluna, o jornalista Fernando Madrinha, escreve:
Não são necessários outros comentários.
Quanto à entrevista em si, pouco há a dizer, pois mais não é senão uma vã tentativa de salvar a face dos bancos, na crise profunda em que ajudaram a mergulhar o país.
Poderia falar-se da suspeita de crime de mercado em que José Maria Ricciardi, presidente do BES investimento e de Amílcar Morais Pires, administrador financeiro do BES, mas, são casos de polícia que seguem os habituais trâmites de investigação e que, como norma, deverão durar longos tempo, e Ricardo Salgado, face ao facto do BES, de novo, estar na mira da justiça, mostra-se tranquilo.
Quero apenas referir um pedacinho da entrevista do banqueiro Salgado.
O jornalista pergunta-lhe:
- Que personalidades marcaram o país nos últimos 40 anos?
O banqueiro responde:
- Não gostaria de referir políticos de destaque, não me cabe a mim fazer a história deste período, mas não poderemos deixar de referir Sá Carneiro, Mário Soares e Cavaco Silva.
Vinda de quem vem, a resposta, de modo algum surpreende, e apenas consegue deixar o traço do nível cultural do personagem que, dizem que é o homem mais poderoso de Portugal, ou até que é o dono disto tudo.
Ricardo Salgado consegue não citar o nome de Álvaro Cunhal.
Apenas destacar:
Pode ou não concordar-se com o perfil e as ideais de Cunhal, mas, de modo algum, se pode ser indiferente.
Isso apenas acontece a quem se coloca ao nível da sarjet ou que da história apenas vê cifrões e gente de chapéu alto e charuto em riste.
No more!
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