domingo, 3 de fevereiro de 2013

MAMA SUME


Depois de o PS, PSD e CDS, na passada sexta-feira, terem aprovado o voto de pesar, pela morte do major-general Jaime Neves, ocorrida no domingo passado, um grupo na assistência – alguns deles com boinas militares – levantou-se para verbalizar o grito dos comandos, unidade que Jaime Neves chefiava durante o período da revolução e consequente Verão Quente.

O plenário foi surpreendido com o grito “mama sume!”, que deixou a mesa da Assembleia da República sem reacção.

A expressão foi adoptada pela unidade militar a partir do grito de uma tribo banto do Sul do continente africano na cerimónia que precedia a caça ao leão. Traduzida, significa: Aqui estamos prontos para o sacrifício.

Ao contrário de outros momentos, a presidente da Assembleia não solicitou aos agentes da autoridade que evacuasse as galerias. Quem assiste às sessões do plenário não pode manifestar-se enquanto os trabalhos decorrem. E Assunção Esteves já deu no passado ordens para evacuar a assistência depois de algumas manifestações.

De qualquer maneira, os cidadãos em causa abandonaram as galerias logo após o incidente.

O voto de homenagem foi aprovado com os votos contra do PCP, do Bloco de Esquerda e dos Verdes.

António Filipe, do PCP, explicou à câmara que por honestidade e coerência, os comunistas não se associavam à homenagem da Assembleia da República, deixando os sentimentos de pesar aos seus familiares, amigos e camaradas militares.

O deputado fez questão de sublinhar que se depois do 25 de Novembro se evitou um conflito grave entre os portugueses foi devido a personalidades como Ramalho Eanes, Melo Antunes ou Costa Gomes, não tanto a Jaime Neves.

O Bloco de Esquerda e os Verdes não se pronunciaram no período de intervenções, mas acompanharam o voto contra dos comunistas.

Dos jornais

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