domingo, 21 de setembro de 2014

PARABÉNS, MESTRE COHEN!


Faz hoje 80 anos.
Há uns dias publicou o seu 13º trabalho em disco: Popular Problems.
Que dizer de Cohen?
Juntamente, com tantos outros, ajudou a que todos os meus dias fossem diferentes.
Há uns anos atrás aborrecia-se com os jornalistas: Não percebo o fascínio que as pessoas têm com o número de mylheres que tive. A grande naioria das minha noites passei-as sozinho. E não foi por opção.
Deverão existir meia-dúzia de canções de Leonard Cohen de que não gosto muito, mas não sei dizer quais são.
Pelos seu aniversário, colocar uma canção de Cohen de que gosto mesmo, é tarefa aparentemente fácil.
Acontece que não é. Antes terrivelmente difícil.
Arrisco Bird On the Wire.

Como um pássaro num fio pousado
como um bêbado num coro nocturno
eu tentei a meu modo ser livre.
Como uma minhoca num anzol
como um cavaleiro de algum livro antigo
eu guardei todas as minhas condecorações para ti.
Se eu, se eu não fui amável
espero que não dês importância a isso
se eu não fui sincero
espero que saibas que isso nunca foi para ti
como uma criança nascida sem vida
como um animal com o seu chifre
eu feri todos os que me tentaram tocar
mas juro por esta canção
e por todo o mal que já te causei
que farei tudo para te compensar.
Eu vi um pobre apoiado na sua muleta de madeira
ele disse-me:«Não deves pedir tanto»
e uma mulher bonita encostada a uma porta escurecida
gritou-me, «Eh, porque não me pedes mais?»
como um pássaro num fio pousado
como um bêbado num coro nocturno
eu tentei a meu modos ser livre

(Tradução de Manuel Cadafaz de Matos)

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