Faz
hoje 80 anos e continua irresistivelmente fascinante.
Diz
a lenda que o segredo de sua beleza é o amor à vida e ao esparguete,
Tudo o que vêem devo ao macarrão, além de banhos com
azeite de oliva. quando me olho ao espelho,vejo-me feliz.
Algures,
num canto do país, num domingo à noite, 30 de Julho de 2006, Tiago Galvão
escrevia:
Que faço a esta hora da noite? Sonho, meus caros. Sonho
com os clássicos. Mais propriamente, com Sophia Loren. A doce menina que
cresceu nos arredores de Nápoles, entre a decadência e a perdição. A pecaminosa
mulher, filha ilegítima de Romilda Villani e Riccardo Scicolone. A diva, que,
ainda na adolescência, conheceu o homem, Carlo Ponti, vinte e dois anos mais
velho, com quem se haveria de casar por duas vezes, uma em 57 e outra em 66 até
aos dias de hoje. A senhora, que, em 82, cumpriu dezoito dias de prisão, por
fuga aos impostos. No fundo, a bela e imortal Sophia, a minha paixão, que tem
menos cinco anos que a minha avó Alice, o meu grande amor. Mas enquanto a minha
querida avó passa os dias silenciosamente, encostada a um canto, sentada numa
cadeira, a fazer tricô, o que faz Sophia? Sophia pousa semi-nua, para o
calendário da Pirelli. Sim, leram bem, Sophia Loren, aos setenta e um anos, em
indumentária desenhada por Giorgio Armani, com quantidades modestas de tecido,
submete-se a uma cama e deixa-se fotografar. Porquê? Não sei, ninguém sabe e,
sinceramente, ninguém quer saber. Sophia Loren não pousa em nome da luta contra
o cancro, nem sequer o da mama, e, ainda menos, pelos direitos dos pobres dos
animaizinhos, que todos os anos morrem espancados por fétidos donos como eu.
Sophia Loren pousa por nós. Pelo nosso deleite. Pelo nosso inteiro e imerecido
deleite. Pela nossa devoção.
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