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a 15 de Setembro
NUMA
CONFERÊNCIA realizada em Djakarta, o dirigente do Partido Pró-indonésio afirmou
que a 70% da população de Timor pretende a unificação política com a Indonésia.
NUMA
VIAGEM que efectuou às Lajes, Mário Soares anunciou que é propósito de Portugal
manter o acordo que permite aos americanos a utilização daquela base aérea,
obtendo porém alguma contrapartida que beneficie especialmente os habitantes
dos Açores.
NO
ESTÁDIO Universitário, em Lisboa, reúnem-se pela primeira vez em público as Testemunhas
de Jeová.
OS
TRABALHADORES do Jornal do Comércio manifestam-se irredutíveis quanto ao saneamento de
Carlos Machado, director do jornal.
OS
SINDICATOS dos trabalhadores das Artes Gráficas, Jornalistas, Administrativos e
Revisores de Imprensa e Vendedores de Jornais e Lotarias, em Assembleia
Plenária realizada na Voz do Operário, decidiram uma greve de 24 horas (4 de
Setembro),em solidariedade para com os trabalhadores do Jornal do
Comércio.
ENTRADA
no dia 5 de Setembro que Cristóvão Aguiar colocou no seu Diário «Relação de Bordo» «A
História diz-se, não se repete. Mas, se não queda mal o perguntar, não será
possível, em Portugal, uma edição revista e remodelada do Chile? É que há por
aí movimentos escudos, olhos espreitando do fundo dos seus poços de sombra
velha, aguardando a hora do grande descuido, também muitos corvos crocitando
e corujas piando nas torres de algumas igrejas…»
MILHARES
DE PESSOAS, num comício realizado no Pavilhão dos Desportos em Lisboa,
presidido por Rui Luís Gomes, exigiram o fim da repressão no Chile.
A
INTERSINDICAL, de acordo com o pedido da Central Única dos Trabalhadores do Chile
(CUT) e de acordo com todas as organizações internacionais, decidiu que no dia
11, pelas 11 horas, hora a que foi assassinado o presidente Salvador Allende,
uma paralisação de cinco de 5 minutos como forma de solidariedade e apoio à
luta do povo chileno.
APROVADA
em Conselho de Ministros a nacionalização dos bancos de Portugal, de Angola e
Ultramarino.
MÁRIO
NEVES é nomeado o primeiro embaixador português em Moscovo.
EM
LUSAKA as delegações de Portugal e da FRELIMO chegam a total acordo. Deste
modo, Moçambique obterá a independência em meados de 1975.
É
ANUNCIADO em Portugal um golpe reccionário em Moçambique em que extremistas
brancos ocuparam o Rádio Clube de Moçambique e soltaram os Pides detidos na
Machava. O MFA considera estes actos como crimes de alta traição aos superiores
interesses de Portugal e de Moçambique, enquanto Vasco Gonçalves afirma que são
«obra de uma minoria desesperada que não compreende o futuro.»
É
ANUNCIADO oficialmente que os motins de Lourenço Marques originaram 100 mortos
e 250 feridos, sendo negros a maior parte das vítimas.
NO
ACTO OFICIAL de reconhecimento solene por Portugal da República da Guiné-Bissau
(10 de Setembro), o Presidente da República António Spínola, na sua comunicação ao país disse: «A
maioria silenciosa do povo português terá pois de despertar e de se defender
activamente dos totalitarismos extremistas que se degladiam na sombra
servindo-se das técnicas bem conhecidas de manipulação de massas para conduzir
e condicionar a emotividade e o comportamento do povo perplexo e confuso por
meio século de obscurantismo político.»
JOVENS
PARTIDÁRIOS DO MPP-Movimento Popular Português, foram detidos a colar cartazes
no Terreiro do Paço em Lisboa:
MÁRIO
SOARES encontrou-se em Paris com o presidente Leopold Senghor e informou que
Portugal tenciona debater a independência de Angola com o MPLA, a FNLA e a UNITA.
PÁGINA
61 de Portugal Depois de Abril: «O recurso ao financiamento estrangeiro
não foi possível: o boicote económico do capitalismo internacional era já um
facto, apesar das promessas demagógicas dos governos sociais-democratas e da
OCDE e CEE, que não se concretizaram.
O boicote do grande capital mundial intensificou-se logo que Palma Carlos foi substituído por Vasco Gonçalves.»
Legenda:
1)
O Século, 7 de Setembro de 1974
2)
Diário de Lisboa, 14 de Setembro de 1974
3)
Expresso, 7 de Setembro de 1974
Fontes:
Recortes de acervo pessoal, Diário de Uma Revolução, Mil Dias Editora, Lisboa,
Janeiro de 1978, Portugal Depois de Abril de Avelino Rodrigues,
Cesário Borga, Mário Cardoso, Edição dos Autores, Lisboa, Maio de 1976, Portugal Hoje, edição
da Secretaria de Estado da Informação e Turismo, A Funda, Artur Portela Filho,
Editora Arcádia, Lisboa.
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