Apaixonamo-nos pelas pessoas, quando as escutamos. Amamo-las. E só
deixamos de as desejar quando deixamos de as ouvir. Com as casas passa-se o
mesmo. Depois fica apenas uma ténue lembrança. Grata. Porque cheia de memórias.
Permitam-me que insista. As casas são como as pessoas. Porque também
haveremos de amá-las mais quando elas deixarem de nos ser. Quando as perdermos.
E, então, das duas uma: ou haveremos de desejá-las em ruínas, ou haveremos de
desejar a nossa morte. Ou as duas. Depois, não teremos coragem nem para uma
coisa nem para outra. Guardaremos essa mágoa. Sobreviveremos.
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