Na guitarra de Carlos Paredes está tudo escrito. O
amor, o trabalho, a rua, os rios e o mar deste país que descobriu meio mundo e
se esqueceu de si próprio. Estão as vozes desta gente a que uns quantos teimam
em chamar povo, esquecidos que o povo só existe nos conceitos de cada um. Estão
os homens e as mulheres que todos os dias se desgastam à espera de um futuro
biblicamente prometido, estão nos choros e a raiva de uma marginalidade que
nunca navegou pelos uísques poluídos dos bares “soft-left” de segundo escalão.
Viriato Teles,
semanário Sete, s/d
Legenda:
fotografia de Augusto Cabrita no CD Na Corrente de Carlos Paredes, capa
de Jorge Mourinha, EMI- Valentim de Carvalho
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