Mas senti sempre a falta do contacto com as camadas populares. Eu nunca fui membro do PCP, mas nesses tempos só o PCP tinha lutadores nessas camadas. Lutadores anónimos e formidáveis, que só porque eram trabalhadores pobres não tinham a defesa de que dispuseram muitos intelectuais presos; os nomes destes apareciam na imprensa estrangeira e Salazar não gostava da publicidade internacional acerca do que a Pide fazia. Mas esses trabalhadores torturados, sem que a tortura e o medo detivessem a luta deles…
Nuno Bragança em
Conversas de Mário Ventura, Publicações Dom Quixote, Lisboa, Novembro de
1986
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