1
de Maio de 1975
O povo voltou a descer às ruas, mas ficou um
tanto ou quanto longe do entusiasmo do primeiro 1º de Maio.
Deveria
ter sido, mas já muita água correra por debaixo das pontes.
Tal
como se lê em Portugal Depois de Abril:
Já afastado das
lides políticas e sindicais, já depois de ter aderido ao Partido Socialista,
chegando a ser Presidente da Camara de Cascais.
Judas revela aos
autores de Os Dias Loucos do PREC:
«Quem deu ordem para não deixar entrar Mário Soares
foi o major responsável da segurança da tribuna, ligado aos sectores
esquerdistas». O major em causa era Campos Andrada que, segundo um documento da
Comissão Política do CR, «se declarou contrário à entrada fosse de quem fosse
na tribuna, temendo consequências desagradáveis para o PR». Os socialistas reagem
e retiram-se do estádio. José Luís Judas considera que «esse 1º de Maio marca o
início da ruptura do PS com o resto da esquerda. O PS percebeu que era um
excelente pretexto para começar a separar as águas».
César Oliveira
em Os Anos Decisivos:
Penso ter começado aqui, com os incidentes do Primeiro
de Maio e com a passividade, perante essas ocorrências, do Conselho da
Revolução, um processo de crise política, cada vez mais profunda, que só
terminaria no 25 de Novembro.
Mário Soares,
numa entrevista a Maria João Avilez em 1995, há-de, cito de memória, que
entraram no Estádio lº de Maio para estragar a festa, entrando aos socos e
encontrões.
Fontes:
- Acervo
pessoal;
- Os Dias
Loucos do PREC de Adelino
Gomes e José Pedro Castanheira.
- Portugal Depois de Abril de Avelino Rodrigues, Cesário Borga, Mário Cardoso.
Sem comentários:
Enviar um comentário