«… o cais é uma saudade de pedra».
Partem navios
e chegam navios
de todos os
pontos cardeais,
só eu fiquei
sonhando os
orientes
no cais.
Outros
partiram...
- Tantas vezes
me chorei perdido
e vencido me
arrastei
ao sabor das
tempestades e dos fados...
Tantas vezes fui
o herói da aventura,
o navio
naufragado...
e sempre
ressuscitei
no cais.
Que em mim vive
esta ânsia
sempre nova
da largada.
Eu não amo o que
possuo,
o que sou
não é jamais
onde estou;
eu sou o ausente:
a posse deixa-me
inerte,
só o desejo me
abraza...
Só eu fiquei
com saudade de
mim
nunca
embarcado...
Legenda: fotografia de Artur Pastor
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