terça-feira, 29 de setembro de 2015

QUE LHE PARECE?


Antonio Tabucchi, que assina o prefácio da edição francesa de The Fragments, escreve que no interior deste corpo vivia a alma de uma intelectual e poeta de que ninguém tinha um pingo de suspeita.

Na  Autobiografia de Marilyn Monroe, Rafael Reig cita:

Sim, lei muito. Toda a gente está convencida de que sou praticamente analfabeta. A loura burra que eu, aqui entre nós, nem sequer seja totalmente loura. De gve ser por causa das minhas mamas. Como são muito volumosas, devem julgar que tampam metade do livro e que, por isso, não consigo compreender nada do que elio. Não sei, mas a verdade é que leio muito. De tudo, seja o que for: romances, poesia, filosofia, de tudo.
Leio até os folhetos dos medicamentos. Passo as noites quase sempre acordada a ler. A ler ou a flar ao telefone. Também gosto de falar ao telefone. É porque me custa muito a adormecer. Mas, claro, isso está você farto de saber. É por isso que estou aqui. Passei a vida a tentar conciliar o sono. Esse poderia ser um bom epitáfio para a minha sepultura. Mas já escolhi outro. Quero que ponham apenas isto:
«Aqui jazz Marilyn Monroe 95-58-91.»
Que lhe parece?

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