28 de Setembro
de 1975
O VERÃO QUENTE
DE 1975 teve aspectos dramáticos, mas nenhum terá sido tão dramático como a
pilhagem da Embaixada e do Consulado de Espanha em Lisboa.
Os edifícios foram
completamente destruídos na sequeência de uma manifestação convocada, durante a
madrugada do dia 26 de Setembro, por um comunicado da UDP, transmitido aos
microfones do Rádio Clube Português. O comunicado apelava para uma concentração
popular frente à Embaixada de Espanha com a finalidade de protestar contra as
condenações à morte dos militantes da ETA julgados em Burgos e Madrid, por
tribunais onde os advogados de defesa não puderam exercer os seus direitos.
Um novo
comunicado, transmitido às cinco horas da manhã, refere os acontecimentos:
Foi um gesto de solidariedade para com os povos de
Espanha de que o nosso povo se orgulha! Temos de continuar a luta!
Às 5 horas da manhã ainda são horas de estar a pé e de
continuar a luta caso os carrascos assassinem os nossos queridos camaradas!
Que o fascista Franco pague bem caro pelos seus
crimes.
OUTRO
ACONTECIMENTO contribui para a instabilidade política: o cerco dos deficientes
das Forças Armadas a São Bento.
Através dos microfones
da Emissora Nacional, onde mantêm um “piquete de ocupação”, os dirigentes
associativos dos deficientes fizeram um apelo a todos os elementos das barricadas
das portagens de Sacavém, Vila Franca de Xira e Ponte Sobre o Tejo para que
convergissem de imediato para São Bento.
Fontes:
- Acervo
pessoal;
- Os Dias
Loucos do PREC de Adelino
Gomes e José Pedro Castanheira.
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