O Riso de Deus
António Alçada
Baptista
Capa: Teresa
Cruz Pinho
Editorial
Presença, Lisboa, 1995
- Essa é uma das minhas dúvidas: um homem e uma mulher não podem viver na dia- léctica e muito menos nesta pedagogia doméstica de se ensinarem como é que um quer o outro. O futuro não vai conhecer a dialéctica e o amor entre duas pessoas tem que ser o nosso ensaio do futuro, pelo menos aquele que nos é mais acessível. Amar é uma atitude de compreender e aceitar: é reconhecer os outros e respeitar a sua liberdade. Não pode ser outra coisa, se quisermos acabar com este espectáculo triste em que andamos metidos. Eu só aceito as catástrofes naturais: os tremores de terra, as inundações, as secas, os ciclones a morte. Não posso aceitar esta destruição domiciliária doa sentimentos e da vida pela vontade deliberada dum homem e de uma mulher que é o que se anda pr’aí a viver com o nome de amor…
Ela sorriu-se, a fazer de irónica:
- Até parece que não são as pessoas que fazem as guerras…
-Pois são, e com isso é que eu não me conformo.
-Pois são, e com isso é que eu não me conformo.
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