1 de Dezembro de
1975
Em Lisboa, os
jornais estatizados voltaram às bancas, assim como o Expresso.
Todos fazem a
descrição possível de que foram os últimos cinco dias.
O momento do
findar dos sonhos do 25 de Abril.
Perceber se
houve traição.
Quem traíu e
como o fizeram.
Um dia se fará a
História.
José Gomes
Ferreira no seu livro A Intervenção Sonâmbula:
Que bom! continuar
a embalar medrosamente sonhos, considerando-os irrelializáveis, difíceis
e impossíveis, apesar de estarmos tão próximos… tão próximos do futuro que
bastaria um passo… Um passo apenas… sem abismos… Somente um passo…
(Eu sou pelo passo.)
Do livro Portugal
Depois de Abril de Avelino Rodrigues, Cesário Borga, Mário Cardoso):
Em Portugal depois de Abril, as armas dos
revolucionários só servem para meter medo, para dissuadir, quando muito para
defender, nunca para atacar. O RALIS tinha material pesado e ligeiro capaz de
defender a cidade: os “fuzos” tinham dois mil homens que “arrumariam” todos os
comandos; os “paras” tinham reflexos para uma vontade de vinte mil tiros por
minuto. Beirolas tinha “G3” que chegavam para uma manifestação. Mas tudo isto
era para defender a Revolução, nunca para atacar outros camaradas fardados,
mesmo dirigidos por reaccionários. Por isso os militares do COPCON pensavam em
planos defensivos para um possível ataque reaccionário, mas nunca por nunca
estavam preparados para o ataque.
Perguntava Adelino Gomes no Público de 26 de Novembro
de 2000:
Quem desencadeou o 25 de Novembro? Quem deu ordem aos
páras para ocuparem quatro bases aéreas? Otelo traíu os seus homens ou evitou a
Guerra Civil? O PCP de que lado(s) esteve? Até onde chegavam as ligações aos
MDLP? Quantos grupos funcionaram dentro do Grupo dos Nove? Qual foi a mais decisiva:
a Região Militar do Norte (MN) ou a Região Militar de Lisboa (RML)?; o Posto
Avançado da Amadora, comandado pelo então tenente-coronel Ramalho Eanes, ou o
Posto de Comando Principal, montado em Belém, e onde ficaram o Presidente Costa
Gomes e o comandante da RML e Conselheuro da Revolução, vasco Lourenço? Quantos
25 de Novembro houve naquele dia?
O 25 de Novembro existiu?
Numa entrevista,
de há alguns meses, Isabel do Carmo, ao tempo militante do PRP-BR, disse que
conhecia muita gente que nunca se recompôs do 25 de Novembro.
Fontes:
- Acervo pessoal.
- Intervenção Sonâmbula de José Gomes Ferreira
Fontes:
- Acervo pessoal.
- Intervenção Sonâmbula de José Gomes Ferreira
Legenda: alguns
dos vencedores do 25 de Novembro em casa de José Gomes Mota, um ano depois do
25 de Novembro. Conforme narrou no seu livro A Resistência, foi em sua casa que
se estabeleceu o estado-maior do Grupo dos Nove até se chegar a 25 de Novembro.
Reconhecem-se,
entre outros, Costa Brás, Ramalho Eanes, Vasco Lourenço, Vitor Alves, Sousa e Castro,
o próprio Gomes Mota.
Melo Antunes não
está presente.
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