Acabar com o Daesh é possível por meios militares, mas
nos últimos vinte anos emergiu uma realidade política e religiosa de natureza
muito violenta que existe muito para além do terreno sírio e iraquiano, e está
nas nossas cidades. A experiência militar e operacional que estes jovens
ganharam na Síria combatendo com o Daesh é importante, mas não é preciso ter
uma grande experiência militar, saber muito de explosivos, e obter
Kalashnikovs, o que não é difícil, para criar o caos criminoso num campo de
futebol ou numa rua apinhada ao fim da tarde. Contrariamente ao que às vezes se
sugere, não há grande sofisticação nestes atentados, com regras de
clandestinidade rudimentares que só funcionam porque é difícil infiltrar estes
meios, ou porque os serviços de informação como os belgas não viram nada na rua
ao lado.
Dito isto, estamos metidos num grande sarilho.
José Pacheco Pereira
no Público
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