O Jardim do Paraíso
Ernest Hemingway
Tradução:
Guilherme de Castilho
Capa: José
Teófilo Duarte
Círculo de
Leitores, Lisboa, Março de 1998
Na estrada reluzente que subia entre os pinheiros,
quando saiu do hotel, sentia o esticão nos braços e nos ombros e o impulso dos
pés curvos contra os pedais quando subia sob o sol ardente com o cheiro dos
pinheiros e a leve brisa que vinha do mar. Inclinou o corpo para a frente,
apoiou-se levemente nas mãos e sentiu o ritmo desconcentrado no princípio da subida
começar a suavizar quando passou o marco dos cem metros e depois o primeiro
sinal vermelho dos quilómetros e depois o segundo. No promontório a estrada
virava para seguir à beira-mar e ele travou e apeou-se e pôs a bicicleta ao
ombro e desceu com ela pela vereda até à praia. Encostou-se a um pinheiro q
exalava o cheiro a resina no dia quente e desceu para os rochedos e despiu-se e
arrumou as sapatilhas com os calções, a camisa e o boné e mergulhou das rochas
no mar fundo e frio e transparente.
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