terça-feira, 29 de março de 2016

OLHAR AS CAPAS


O Lugar das Fitas

Dinis Machado
Edição: Marta Navarro
Capa e vinhetas: Rui Rodrigues
Quetzal, Lisboa, Fevereiro de 2016

Dirá o leitor que o diálogo acciona uma certa linguagem motora exagerada. Mas não andamos longe da nevralgia, se me permite alguma caricatura. Esta questão do tabaco sempre me deu que pensar, incluindo a radical filosofia do Neco Primavera, que ostentava no seu curriculum (além do facto de ter ganhado a aposta de beber a água de dez igrejas de Lisboa num só dia, percorrendo a cidade de púcaro na mão) a habilidade e o método de fumar seis maços de cigarros em cada vinte e quatro horas, batendo o recorde olímpico que ia do Largo de São Roque à Rua dos Correeiros. Quando lhe perguntei porque fumava tanto, o Neco fez olhos espantados:
- Fazes o favor, dizes-me o que é que eu faço às mãos e à boca, quando não estou a mexer na Conceição, a comer bacalhau com batatas ou a chupar rebuçados do Dr. Centazzi? Fazes favor, dizes-me?

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