quinta-feira, 21 de abril de 2016

OLHAR AS CAPAS


O Complexo de Van Gogh

Álvaro Manuel Machado
Colecção Campo da Literatura nº 59
Campo das Letras, Porto, Maio de 2001

Cheguei em princípios de Junho. E, desde logo, senti a falta dum gosto profundo que vinha da infância nessa época do ano: o da cereja, a minha fruta preferida. Preferida por fora e por dentro, porque redonda e dum vermelho eroticamente harmoniosos, sem excessos. Havia, é claro, outras frutas, as variadas frutas exóticas, que porventura seriam mais sensuais, nessas paragens onde até o ar se torna fruto, se torna comestível. Mas a sensualidade está, de facto, condicionada pela civilização de cada um. Nada a fazer.

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