O Complexo de Van Gogh
Álvaro Manuel
Machado
Colecção Campo
da Literatura nº 59
Campo das
Letras, Porto, Maio de 2001
Cheguei em princípios de Junho. E, desde logo, senti a
falta dum gosto profundo que vinha da infância nessa época do ano: o da cereja,
a minha fruta preferida. Preferida por fora e por dentro, porque redonda e dum
vermelho eroticamente harmoniosos, sem excessos. Havia, é claro, outras frutas,
as variadas frutas exóticas, que porventura seriam mais sensuais, nessas
paragens onde até o ar se torna fruto, se torna comestível. Mas a sensualidade
está, de facto, condicionada pela civilização de cada um. Nada a fazer.
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