Traz Outro Amigo
Também
ORFEU STAT 005
Editado em 1970
FACE A
Traz Outro Amigo Também - Maria Faia -Canto Moço - Epígrafe Para a Arte de Furtar - Moda do Entrudo - Os Eunucos - José Afonso
FACE B
Avenida de Angola - Canção do Desterro -Verdes São os Campos - Carta a Miguel Djeje - Cantiga do Norte
Todas as faixas têm letra e música de José Afonso , excepto:
Maria Faia - canção popular da Beira-Baixa
Epígrafe Para a Arte de Furtar - poema de Jorge de Sena
Moda do Entrudo - canção popular da Beira-Baixa
Verdes São os Campos - poema de Luís de Camões
Capa: José Santa-Bárbara
Acompanhamentos:
Carlos Correia (Bóris)
Filipe Colaço
Texto que Bernardo Santareno escreveu para fazer parte do disco:
«A arte de José Afonso é um
jorro de água clara, puríssima, portuguesa sem mácula. Realmente é a “pureza” a
nota maIor desta arte: Pureza de voz, pureza no poema, pureza na música. Neste
disco, um dos mais ricos quanto a valores poéticos, é ela que domina: Trova
antiga purificada, folclore limpo de excrescências, balada de combate em que a
justiça vai de bandeira. E o ouvinte fica tonificado, «limpo», cheio de graça,
com mais vigor para a luta. No chiqueiro velho e saudosista, insignificativo e
feio da música ligeira do nosso país, José Afonso surgiu como um renovador: De
riso claro e leal, com punho duro de diamante, terno e gentil sem maneiramentos.
Limpou crostas, desatou amarras, descolniu ramos verdes e ocultos, abriu
janelas na parede bolorenta do fatalismo lusíada. E como esta arte pura e viril
habitava já, nebulosamente, nos anseios da Juventude que tanto pechisbeque
musical mórbido e paupérrimo a traz nauseada, José Afonso conseguiu rapidamente
uma enorme audiência. Ele é hoje o mais autêntico trovador do povo português,
nesta hora que todos vivemos. Ninguém melhor que ele transmite os seus
desesperos e raivas, as suas aspirações de amor, de paz, de justiça, de
verdade. Por isto, todos o amam. E o amor do povo, dos jovens, de todos aqueles
que ainda não estão definitivamente contaminados, esclerosados, é, tenho a
certeza a recompensa e a glória de José Afonso. Nem tudo está podre no reino da
Dinamarca.»
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