Neste sábado, na
Associação Renovar a Mouraria, foi lançado o livro da autoria de Luciano Reis: Teatro
Adóque (1974-1982) História de um Sonho Teatral.
Presentes alguns
dos que, durante 8 anos, levaram a cabo um dos projectos mais interessantes do
nosso Teatro de Revista.
Quis o acaso que
o livro fosse lançado escassos dias depois da morte de Francisco Nicholson, o
grande impulsionador deste sonho teatral.
Mesmo debilitado,
ainda conseguiu forças para escrever as
breves linhas que constituem o prefácio:
«Foram momentos
inolvidáveis, heroicos, irrepetíveis.
Dir-me-ão que
havia qualquer coisa de místico, em tudo isto. Dir-vos-ei que nunca o Adóque
foi um templo onde se adorassem deuses, venerassem santos os reverenciassem
palavras sacerdotais.
Éramos
irreverentes, descarados, impertinentes, malcriados, mas, sempre fraternos,
generosos, despojados. Ah!... sempre com a preocupação de sermos politicamente
muito incorrectos.
Tínhamos um
sonho. Ousámos sonhá-lo intensamente para que mais luminosamente se tornasse
real.»
O livro de
Luciano Reis , com histórias e fotografias, faz a história do Adóque, bem como a
nomeação de todos os que, durante oito anos tornaram o sonho possível. Muitos
deles ainda no meio teatral, outros na televisão e outros que, infelizmente, já
não se encontram entre nós.
Na apresentação
do livro estiveram os actores Rui Mendes, Magda Cardoso e Virgílio Castelo que,
no seu depoimento escreveu:
«Nunca me tinha
passado pela cabeça ser actor e aos 21 anos quando conheci aquele grupo de
pessoas que já admirava do teatro e da televisão, estava londe de pensar que
viria a partilhar a minha vida com eles e a moldar o meu futuro a partir do que
eles me ensinaram.»
O livro termina com uma longa lista de todos aqueles
que fizeram uma época marcante da nossa cultura, mais de três centenas de nomes,
entre actores, bailarinos, autores, encenadores, compositores, músicos,
coreógrafos, figurinistas, costureiras, caracterizadores, técnicos, pessoal das
bilheteiras e de outos tipos de apoio e até os jornalistas que faziam o Jornal
Adóque.
Segundo números
referidos no livro, o Ádóque produziu 21 espetáculos, aos quais assistiram mais
de 1,2 milhões de espetadores, em Lisboa e em mais de 70 localidades do país,
tendo a sua produção de palco dado origem a 15 discos sendo 12 singles e três
álbuns.
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