quinta-feira, 14 de abril de 2016

OLHAR AS CAPAS


Raio de Luar

Luiz Pacheco
Prefácio: Rui Zink
Capa: Graça Castanheira
Oficina do Livro, Lisboa, Março de 2003

Quanto a mim, escrevi as minhas cartas, com um prazer sem igual, na maior, à-vontade. Escrevi muito. Por necessidades da pedincha, aguentar a sobrevivência, conversar com Amigos distantes. Ou, se acantonado em locais de asilo forçado, invocar auxílios e apoios no Lá Fora. Escrevi cartas e postais que me desunhei, centenas e centenas. Há quem tenha espólios meus, já esteja a fazer negócio com isso. Ou a preparar-se. Acho óptimo. Dou-me os parabéns. Com esta mais-valia: o género epistolar está em extinção. Seria patetice esperar que um fulano com telemóvel no bolso vá escrever, quando se tem ali pertinho um meio de falar com outrem e sem deixar rasto, as palavras voam! (Deve ser mais um caso do politicamente correcto, que não compromete nada nem ninguém.

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