Outra vez Abril.
Já lá vão 42
anos.
Parece que foi
ontem.
E tanta coisa
aconteceu.
Por este mês,
vou mostrar algumas capas dos discos que, aqui pela casa, eram tocadas antes da
sonhada madrugada.
25 de Abril
sempre!
Vieira da Silva
Face A
Canção Para um
Povo Triste – Balada Para o Menino do Dia de Hoje
Face B
Balada do
Soldadinho – Auto-Retrato Para uma Humanidade
Canção Para Um
Povo Triste
Poema e música
de Vieira da Silva
Canto o povo triste de quem sou
louco em cantar para esquecer
os sonhos tidos na manhã da vida
sol de madrugada livre no morrer
Canto a heroicidade conformada
de quem chorando se atreve a cantar
barco perdido na prisão das ondas
as velas rasgadas o leme a quebrar
Canto a solidão a ocidente
ligada à terra que nos viu nascer
a cobardia feita de orações
na doce esperança de poder morrer
Canto o desespero fatalista
de quem sofrendo se deixa ficar
olhos cansados enxada na mão
trabalhando a terra que lhe vão roubar
Canto o meu poema de revolta
ao povo morto que não quer gritar
que já são horas para ser feliz
que é chegado o dia de o medo acabar
louco em cantar para esquecer
os sonhos tidos na manhã da vida
sol de madrugada livre no morrer
Canto a heroicidade conformada
de quem chorando se atreve a cantar
barco perdido na prisão das ondas
as velas rasgadas o leme a quebrar
Canto a solidão a ocidente
ligada à terra que nos viu nascer
a cobardia feita de orações
na doce esperança de poder morrer
Canto o desespero fatalista
de quem sofrendo se deixa ficar
olhos cansados enxada na mão
trabalhando a terra que lhe vão roubar
Canto o meu poema de revolta
ao povo morto que não quer gritar
que já são horas para ser feliz
que é chegado o dia de o medo acabar
4 comentários:
Obrigado pela vossa publicação. Peço que, por favor, alterem o terceiro verso da segunda quadra desta "canção para um povo triste" que não é "prisão da vida", mas sim " prisão das ondas". Obrigado. Vou divulgar o vosso blog no facebook. Abraço a toa a equipa.
Chegado o comboio da minha vida a este apeadeiro e com uma emoçao molhada que ouço em apitos esta cançao e vejo que ainda nao acordei do sonho. Vou ficar aqui sentado; como ultimo passageiro, esperando que o proximo me leve mas nao parando num apeadeiro, mas numa estaçao.Obrigado Toni Vieira da Silva.Um abraço e o meu muito obrigado.
Correcção feita.
Permita-me, com 42 anos de atraso, agradecer-lhe o lindíssimo poema, a bonita canção.
Pode ser que não se façam «revoluções com cantigas», mas ajudam muito.
Ajudaram mesmo.
E o dia chegou, o tal dia das surpresas.
Muito obrigado
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