O existir um
dia com designação, seja do que for, é um mau sinal.
Porque todos
os dias deviam ser os dias a que se convencionou chamar da mulher, ou da
árvore, ou da poesia, ou da música, ou da criança, ou disto, ou daquilo.
Para o 1 de
Junho determinou-se que seria o Dia da Criança.
Falar de
crianças é sempre acusar os adultos.
Milhões de
crianças com fome, milhões de crianças trabalhando sob regime de exploração,
milhões em idade escolar sem possibilidades de estudar, milhões vendidas como
mercadoria.
Se a esses
milhões juntarmos os elevados números fornecidos pelas estatísticas sobre o
alcoolismo, droga e prostituição infantis, de crianças mortas e mutiladas por
maus tratos infligidos pelos pais e «educadores», é um triste panorama que se
apresenta à responsabilidade dos adultos.
Há crianças
para educar: para ensinar a amar, a compreender, a conviver, a viver, enfim, a
serem amanhã homens e mulheres capazes de uma vida normal e equilibrada.
Atribui-se a
Pitágoras, filósofo que viveu nos anos 570/495 A.C., a frase: Eduquem-se as crianças e não será necessário
castigar os homens.
Uma criança
é uma garantia do amanhã.
Salvar uma
criança é salvar uma tábua de multiplicação.
Nota do editor: o título é um verso de Eugène Guillevic
Nota do editor: o título é um verso de Eugène Guillevic
Legenda: fotografia de Antanas Sutkus
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