quarta-feira, 1 de junho de 2016

ÀS VEZES UMA CRIANÇA CHORA PARA O FUTURO


O existir um dia com designação, seja do que for, é um mau sinal.

Porque todos os dias deviam ser os dias a que se convencionou chamar da mulher, ou da árvore, ou da poesia, ou da música, ou da criança, ou disto, ou daquilo.

Para o 1 de Junho determinou-se que seria o Dia da Criança.

Falar de crianças é sempre acusar os adultos.

Milhões de crianças com fome, milhões de crianças trabalhando sob regime de exploração, milhões em idade escolar sem possibilidades de estudar, milhões vendidas como mercadoria.
Se a esses milhões juntarmos os elevados números fornecidos pelas estatísticas sobre o alcoolismo, droga e prostituição infantis, de crianças mortas e mutiladas por maus tratos infligidos pelos pais e «educadores», é um triste panorama que se apresenta à responsabilidade dos adultos.

Há crianças para educar: para ensinar a amar, a compreender, a conviver, a viver, enfim, a serem amanhã homens e mulheres capazes de uma vida normal e equilibrada.

Atribui-se a Pitágoras, filósofo que viveu nos anos 570/495 A.C., a frase: Eduquem-se as crianças e não será necessário castigar os homens.


Uma criança é uma garantia do amanhã.

Salvar uma criança é salvar uma tábua de multiplicação.

Nota do editor: o título é um verso de Eugène Guillevic

Legenda: fotografia de Antanas Sutkus

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