Há quanto tempo não recebo postais. Uma carta de vez
em quando, papelada da agência, das editoras, dos tradutores mas postais, postais-postais,
népia. E aqueles que andam por aí, sei lá porquê, não me mandam nenhum. Ou
mandam-se a si mesmos e acham que chega. E, em certo sentido, chega. Mas umas
palavrinhas, num cartão, caíam bem, há alturas em que umas palavrinhas num
cartão caíam bem. Não sei porquê mas caem bem.
António Lobo
Antunes em Quinto Livro de Crónicas
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