sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

PAPÉIS DATADOS


Completavam-se.
Eram um todo.
Acabaram no dia em que uma tal Yoko Ono apareceu entre fileiras a por e a dispor.
A morte de John Lennon, agora ocorrida, não tira nada a um fenómeno chamado de The Beatles que marcou toda uma geração e por aí fora.
Um grupo de guedelhudos, uma instituição, um tempo em que as mínimas coisas, as coisas mais simples, outras coisas, eram “à beatles”.
O selo nítido, insolente, lançado pelos tempos fora, um estilo que marcou a História da Música.
Os bailes de sábado á noite. Os discos riscados, sabemos porquê.
Esse extraordinário trabalho que é a “Banda dos Corações Solitários do Sargento Pimenta”.
Eles foram o escândalo que levou os senhores bem-educados, os moralistas decadentes, a declararem que ter cabelos compridos era o mesmo que ter ideias curtas.
O que ficou dos Beatles é muito, acima de tudo ensinaram-nos a gostar de música.
À porta do luxuoso edifício de apartamentos onde vivia, em Nova Iorque, Jiohn Lennon foi, estupidamente, assassinado por um louco colecionador de autógrafos.


(8 de Dezembro de 1980)

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