Todas as coisas aumentavam de sentido
havia doçuras de lã na própria neve
e a resina sangrando na lareira
punha milagres etéreos entre os ramos
Os ornamentos dos linhos e das arcas
fartas farturas premeditadas para a hora
exalavam uma tradição quentinha
todos os anos morrendo mais um pouco
Os sinos disputavam com os galos
a dialéctica dos mitos comoventes
renascendo no sapatinho do meu pé
Memória antiga de uma ternura doce
meu sentimento retomado dos ausentes
noite de lendas mágicas e solenes
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