domingo, 10 de dezembro de 2017

LUÍS VEIGA LEITÃO


Veiga Leitão, meu querido, tão nortenhos
nós somos no fim dos anos cinquenta!
À sucapa vamos beber uns tintos
e tu preocupas-te por eu ser ainda
um catraio do liceu de Vila Real.
Mostrava-te versos ruidosos que acolhias
e felizmente dizias que não eram ainda
poesia. Depois, noutras visitas,
a cavaqueira passa p’ra lá do Marão,
limite nessa altura das angústias
dos meus voos. Noite de pedra era o tempo,
como o título do teu livro. Tanta ternura
 cumplicidade, entre dois covilhetes
e algumas taças de branco para rebater.

Eduardo Guerra Carneiro em Contra a Corrente

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