O Mistério da Escada de Caracol
Mary R. Rinehart
Tradução: Erico
Veríssimo
Capa: Cândido
Costa Pinto
Colecção Vampiro
nº 12
Livros do
Brasil, Lisboa s/d
Eram mais ou menos oito e meia quando deixámos a sala
de estar; e, ainda impressionados com a falência do Banco e com os outros
acontecimentos que lhe diziam respeito, Helsey e eu saímos a dar um passeio
pelos arredores. Dentro em pouco, Gertrudes seguiu-nos. «A luz está-se
adensando», como escreveu Shakespeare referindo-se ao crepúsculo, sapos
coaxavam, grilos cricrilavam, enchendo a noitinha de ruídos estridentes. Havia
na paisagem uma sensação opressiva de solidão, a despeito de toda a sua beleza,
Senti saudade das noites agitadas da minha cidade, do estrépito dos cavalos
sobre o calçamento das ruas, das luzes, das vozes humanas, da algazarra das
crianças que brincam… o campo oprime-me depois que a escuridão começa a descer.
As estrelas, que na cidade ficam eclipsadas pelo fulgor das luzes eléctricas,
aqui fora têm um brilho insistente, vivo. Quer queira, quer não queira,
surpreendo-me, às vezes, a procurar no céu as que eu conheço pelo nome. Sinto
uma coisa esquisita, quase desagradável…
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