quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

A ÚNICA COISA A QUE TENHO DIREITO


Carta de Mário-Henrique, sem indicação do local da escrita, apenas Fevereiro, 25 – seis da manhã, o desespero a saltar por linhas e entrelinhas:

«Acredita, amor, é a primeira vez na vida em que me sinto totalmente vencido, num beco sem saída, completamente desesperado e com um enorme desejo de desaparecer. Para quê viver assim? Para quê tentar ainda ir à procura de qualquer coisa?»

E ainda:

«Afinal, para que te conheci eu, se te vou perder? Para quê, amor? Mais uma das boas e cínicas partidas que a vida me vai fazendo e que, afinal, é a única coisa a que tenho direito neste mundo.»

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