Carta de
Mário-Henrique, sem indicação do local da escrita, apenas Fevereiro, 25 –
seis da manhã, o desespero a saltar por linhas e entrelinhas:
«Acredita, amor, é a primeira vez na vida em que me
sinto totalmente vencido, num beco sem saída, completamente desesperado e com
um enorme desejo de desaparecer. Para quê viver assim? Para quê tentar ainda ir
à procura de qualquer coisa?»
E ainda:
«Afinal, para que te conheci eu, se te vou perder?
Para quê, amor? Mais uma das boas e cínicas partidas que a vida me vai fazendo
e que, afinal, é a única coisa a que tenho direito neste mundo.»
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