Como Eu Costumava Dizer
Lawrence
Ferlinghetti
Selecção e tradução:
José Palla e Carmo
Capa: Fernando
Felgueiras
Cadernos de
Poesia nº 22
Publicações Dom
Quixote, Lisboa, Janeiro de 1972
Foi na Leitaria de Bairro Antiquado
Foi na leitaria de bairro antiquado
que pela primeira vez me apaixonei pela irrealidade
Os drops brilhavam na semiobscuridade
daquela tarde de setembro
Um gato andava em cima do balcão no meio dos chupa-chupas
e dos rebuçados
e das ena pá pastilhas elásticas
Lá fora as folhas caíam ao morrerem
O vento empurrava o sol para longe
Entrou a correr uma rapariga
Trazia o cabelo molhado da chuva
Os seus seios não conseguiam respirar na loja apertada
Lá fora as folhas caíam
e gritavam
Cedo de mais! Cedo de mais!
Foi na leitaria de bairro antiquado
que pela primeira vez me apaixonei pela irrealidade
Os drops brilhavam na semiobscuridade
daquela tarde de setembro
Um gato andava em cima do balcão no meio dos chupa-chupas
e dos rebuçados
e das ena pá pastilhas elásticas
Lá fora as folhas caíam ao morrerem
O vento empurrava o sol para longe
Entrou a correr uma rapariga
Trazia o cabelo molhado da chuva
Os seus seios não conseguiam respirar na loja apertada
Lá fora as folhas caíam
e gritavam
Cedo de mais! Cedo de mais!
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