O Eduardo gostava de cinema, gostava de fitas, como gostava de dizer.
Se ainda andasse aqui ao nosso lado, a morte de Godard
não o deixaria indiferente.
O itinerário que hoje vou buscar faz parte de É Assim Que Se Faz a História,
concretamente um fragmento comentado de uma carta, que também é uma
dedicatória.
«Quase agarravas as nossas austrálias, e o tempo perdido, quando te juntavas a tipos com free man escrito nas costas e ouvias o locutor do Europe 1 perguntar: Porque vêm aqui? Respondias com eles: yes! yes! Falavas, claro, de Obaldia, Boris Vian e, sempre, de Godard. Et maintenant, le cinema c’est Jean-Luc Godard, dizia Aragon. Tu comentavas: foi a coisa mais acertada que disse até hoje. Mas o tempo era de escuridão total: as trevas.»
Eu repito: sim, aquele tempo era de escuridão e trevas.
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