terça-feira, 26 de março de 2013

ELEVADOR DE SANTA JUSTA


A justíssima ascensão
tem arcadas de zarção

Na noite de São João
relva queimada no chão

Luminárias de São Pedro:
madrugada, vinho azedo.

Pão a sair, aço novo
pintado da cor do povo.

Um castelo que alumia
os minaretes do dia.

E a graça que se vislumbra
do calcário da Rotunda.

As árvores da Avenida
lá em baixo, combalida
.
E o Eiffel que desde França
veio num rio de esperança

de maravilhar as agentes
cheias de Tejo e doentes

e ficou na corda estreita
de Santa Justa desfeita

por terramotos cansados
e horizontes espantados.

Sombra que se alonga este rio
nas pombas do meu Rossio.

José Carlos González em Lisboa e Outros Sapatos

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