Sobre os acontecimentos de 11 de Março de 1975, Marcelo Rebelo de Sousa titulava assim a sua habitual coluna de opinião no Expresso:
Requiem pelo bonapartismo spinolista.
O 11 de Março foi a oportunidade primeira de se suscitar o confronto destas duas linhas de pensamento e de acção. É ainda cedo para se compreender em toda a sua complexidade o que efectivamente sucedeu a 11 de março. O inquérito oficial – assegurou o Chefe de Estado – corre ainda os seus trâmites, a ritmo acelerado. Segundo Costa Gomes, ele poderá mesmo a vir a clarificar os acontecimentos de 28 de Setembro que permaneciam, seis meses depois, envoltos em relativo segredo de estado.
Entretanto, algumas perguntas se fazem quanto aos factos os observadores políticos.
1ª Spínola terá liderado desde o início do golpe conforme é genericamente dito, ou teria assumido a liderança momentânea sob o peso de uma versão errada do que ocorria? – conforme disse Salgueiro Maia ao “Século”?
2ª Porquê a incipiente estrutura de um golpe que segundo meios oficiosos, estaria sendo preparado há já algum tempo?
3ª Porquê a aparente ausência de elementos golpistas operacionais de ligação às diversas unidades, e pelo contrário a sua concentração em Tancos de onde fugiram para Espanha?
Estas e outras questões serão certamente respondidas de forma cabal pelo relatório que está em preparação sobre a tentativa aventureirista da direita.
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