Tu, Eusébio, foste – tens sido – quase o «one man’s show do espectáculo
desportivo português. Quantas frustrações não fizeste esquecer nas bancadas?
Quantos sonhos? Se não fabricaram, de que tu foste o mago?
Talvez um dia, quando o teu nome não for mais que um pretexto de
efemérides nostálgicas, quando o teu nome não for mais que um sinal do passado
(como Di Stefano, como Puskas, como Garrincha…) quando já não fores mais que um
homem anónimo entre os outros, quando fores o-que-foi-Eusébio, talvez te
escreva de novo a perguntar-te o que pensarás então do mito que fizeram de ti.
De ti, Eusébio, operário de ilusões.
Vicente Jorge Silva, em Carta Aberta a um Operário de Ilusões,
Comércio do Funchal, 10 de Agosto de 1969.
Legenda: imagem da TVI 24
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