Não haveria nenhum
problema em que Eusébio fosse para o Panteão, a não ser que Eusébio merece
mais do que o Panteão. Não haveria nenhum problema em que Eusébio fosse
para o Panteão a não ser o de, tal como está e atendendo ao que, pelos que lá
estão, representa, o Panteão não merecer Eusébio, como já não merecia
Amália.
Pôr Eusébio a
repousar o descanso eterno num meio bafiento é condenar, em vez de premiar,
a alegria e a explosão do seu talento em vida. Se, agora, no descanso
eterno, queremos voltar a dar-lhe o merecido prémio e valor, devemos
levá-lo para o Estádio da Luz, para que, em gloriosas noites europeias,
nos grandes jogos de campeonato e Taça, o que de Eusébio, do seu espírito, ouça
e veja, possa voltar a ver passar a multidão vermelha, os cachecóis, as
sandes de courato, para que ele possa escutar esse rumor que acompanha as
grandes jogadas, o cântico guerreiro da multidão que grita, ri e
chora os golos.
O corpo de
Eusébio deve ficar no Estádio da Luz também para que a multidão que
passa e lhe quer tanto bem se console e reveja no mito que Eusébio é.
Não sei como se
faz, não sei se é legal, só sei que é justo.
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