Quando chegamos a certa idade, a memória começa a
atraiçoar-nos. Embora saibamos perfeitamente quem é aquele actor que está no
ecrã de televisão, não conseguimos pura e simplesmente recordar-nos do seu
nome, nem do título do filme, que por acaso até vimos quando estreou, há coisa
de cinco anos; se é que nos lembramos do enredo, o que vai sendo cada vez mais
raro... Pois, é uma chatice – mas não há nada a fazer e o melhor é aceitarmos
que a idade não perdoa. Com os livros, custa mais, evidentemente – e os que
lemos há menos tempo são, curiosamente, os que desaparecem primeiro, tal como
as recordações de infância são, frequentemente, aquelas que permanecem mais
vivas na memória de um velho. Mas agora há um objecto muito útil à venda, que
pode dar uma ajudinha e servir-nos de bengala nos momentos em que estivermos
desesperados por já não sabermos de que tratava determinada obra. É uma espécie
de caderno que podemos trazer sempre connosco, chamado Diário de
Leituras, e no qual podemos anotar os títulos que nos vão passando pelas
mãos, os seus resumos, as frases preferidas – e bem assim atribuir-lhes
pontuações, o que evita que se vá reler um mau livro por não nos vir à ideia se
dele gostámos da primeira vez. O preço é apenas de 7,5 euros e vende-se, tanto
quanto sei, nas Livrarias Bertrand. Eu vou ser cliente, de certeza absoluta.
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