O
crédito malparado das famílias portuguesas atingiu em maio deste ano o valor
mais elevado desde o início de 1998, o início da série, segundo dados publicados
pelo Banco de Portugal.
O
crédito à habitação foi o que mais pesou neste desempenho.
No
interior do país, a desertificação humana vai-se acentuando sem que haja
efectivas soluções em curso. Percorrendo-se as cidades e os seus arredores
vêem-se, às centenas, lojas, fábricas e armazéns votados ao abandono, enquanto
a leitura objectiva dos dados económicos demonstra à saciedade que os
indicadores pontualmente positivos escondem uma catástrofe social que envolve
muitas centenas de milhares de pessoas que já nem contam para as estatísticas
do desemprego e estão sem amparo.
Eduardo
Oliveira Silva, jornal I
Quem
foge aos impostos não é visto como um criminoso mas como um esperto. Quem
consegue ser um malabarista em contabilidade criativa arrisca-se a ser
candidato a prémio Nobel. Quem domina um programa informático capaz de fazer
milhões de transações em bolsa num único segundo, uma verdadeira batota
tecnológica que qualquer casino proibiria, é declarado génio da finança. Quem
tem lucros significativos mas despede magotes de trabalhadores em nome de uma
desumana eficiência económica é medalhado como empresário exemplar. A ganância,
o antigo pecado mortal, passou a ser dom de predestinados visionários.
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