As cerejas estão
a acabar.
Parece que o
Verão chegou a Portugal.
A corrupção
alastra nas autarquias.
Não há meio de
sabermos o que se passou realmente no roubo de armamento em Tancos.
Vítor Constãncio
recebe de reforma do Banco Central Europeu 17 mil euros e 17 mil de Portugal. O
que fez na estranja não é público, o que (não) fez em Portugal vai-se sabendo
aos poucos, mas perdeu a memória e Joe Berardo continua a rir-se.
Soube-se agora
que a campanha de Cavaco Silva á presidência da República beneficiou de dez
cheques de 25.000 euros provenientes do saco azul gerido por Ricardo salgado no
BES.
Soube-se hoje
que somos menos, que estamos mais envelhecidos e que a taxa de pobreza diminuiu
um pouco mas continua elevada e que afecta os jovens até aos 18 anos e os
adultos com mais de 65 anos.
As televisões,
diariamente, ocupam horas e horas e horas e horas de futebol.
Hélia Correia,
uma escritora portuguesa, venceu o com o seu livro Um Bailarino na Batalha
venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de
Escritores. Talvez alguma televisão tenha gasto 3 segundos com a notícia.
Dizem que a
chuva talvez volte amanhã.
A certeza é que
quando as cerejas acabarem, só as voltaremos a ver lá para o Natal, vindas do
Chile, a preços astronómicos.
No dia 20 de
Julho, um sábado, às 21H30 irei rever, na Cinemateca, Belarmino, esse belo filme de Fernando Lopes.
No meio disto tudo, lembrar que Mário de
Carvalho começa assim o seu livro Fantasia para Dois Coronéis e uma Piscina:
«Assola o país uma pulsão coloquial que põe toda a
gente em estado frenético de tagarelice, numa multiplicação ansiosa de duos,
trios, “ensembles”, coros. Desde os píncaros de Castro Laboreiro ao Ilhéu de
Monchique fervem rumorejos, conversas, vozeios, brados que abafam e escamoteiam
a paciência de alguns, os vagares de muitos e o bom senso de todos. O falatório
é causa de inúmeros despautérios, frouxas produtividades e más-criações.
Fala-se, fala-se, fala-se, em todos os sotaques, em
todos os tons e decibéis, em todos os azimutes. O país fala, fala, desunha-se a
falar, e pouco do que diz tem o menor interesse. O país não tem nada a dizer,
a ensinar, a comunicar. O país quer é aturdir-se. E a tagarelice é o meio de
aturdimento mais à mão.»
1 comentário:
Primeira página do jornal mais vendido em (CM):
-Durmo sem roupa interior-
Teremos futuro? Bué...
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