No dia 2 de Maio
de 1974 chegou do exílio, em Argel, bateu à porta do PS que lhas escancarou.
Com ele vinha
outro exilado, Fernando Piteira Santos, a quem um dia perguntaram porque se não
tinha filiado no Partido Socialista e aquele que perguntou, ouviu a
resposta: “Porque sou socialista”.
No prefácio à 2ª
edição de Praça da Canção, Mário Sacramento lembrava a notícia-crítica
que escrevera, em 1965:
«Não me levem a mal se, apoiado num livro que pode
considerar-se de estreiam, me afortunar a dizer que com Manuel Alegre nasceu o
maior poeta do neo-realismo português.»
Numa carta
datada de 12 de Fevereiro de 1973, Carlo Vittorio Cattaneo contava a Jorge de Sena:
«No encontro romano, Alexandre O’ Neill, aos que lhe
pediam uma opinião sobre Manuel Alegre (que conta muitos admiradores em Itália)
respondeu muito duramente que Alegre não é um poeta ou, no máximo, pode-se-lhe
chamar poeta somente porque escreve versos. Você também é desta opinião? A
resposta interessa-me precisamente por causa do sucesso que Alegre tem com os
leitores italianos.»
Em carta, datada
de 7 de Março de 1973, Jorge de Sena responde:
«O que o O’Neill disse do M. Alegre é a opinião que eu
também tenho. Não direi que o homem não é poeta, mas é sem dúvida um poeta
muito menor. Não entendo o sucesso italiano dele, a menos que seja pelo tom
«popular» e «engagé» que ele mistura muito bem para cantigas à guitarra.»
Carlo Vittorio
Cattaneo publicará em 1975 «La Nuova Poesia Portoghese» e em Janeiro de 75
lembra a Jorge de Sena: «Manuel Alegre, se bem que poeta medíocre, me serve
como exemplo de poesia política.»
A antologia dos
poetas traduzidos por Vittorio Catttaneo inclui Herberto Helder, Ruy Belo,
Pedro Tamen, Manuel Alegre, Armando Silva Carvalho, Fiama Hasse Pais Brandão,
Luiza Neto Jorge, Gastão Cruz, Nuno Guimarães, João Miguel Fernandes Jorge,
António Franco Alexandre, Joaquim Manuel Magalhães, Nuno Júdice.
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