Daqui Ninguém Sai Vivo
Jerry Hopkins e
Daniel Sugerman
Tradução: Rita
Freudenthal
Colecção Rei Lagarto
nº 2
Assírio & Alvim,
Lisboa, Novembro 1992
A verdade é que ninguém tem a certeza como Jim Morrison morreu. Se
existiu alguma vez um homem que estivesse pronto, apto e desejoso de morrer,
era Jim. O seu corpo estava velho e a sua alma cansada.
Por outro lado, há quem não engula nenhuma destas versões. Jim Morrison
não está morto, dizem. Isto não é
artificial como pode parecer. Se existiu alguma vez um homem que estivesse
pronto, desejoso e apto a desaparecer, era também Jim. Seria perfeito, mantendo
para ele o seu carácter imprevisível, arranjar a sua própria morte como maneira
de escapar à sua vida pública. Estava cansado de uma imagem que ele tinha
tornado demasiado grande mas não podia diminuir nem eliminar. Tinha procurado
obter credibilidade como poeta mas vira as suas tentativas frustradas pela sua
atracção como herói cultural. Gostava de cantar e amava verdadeiramente o
talento dos Doors, e no entanto, procurou desesperadamente obter algum alívio
das pressões que a fama lhe trouxe. Talvez não tenha feito nada mais, no fim da
semana de 3 a 4 de Julho, do quer ter desaparecido da vista para encontrar a
paz de escrever e a liberdade do anonimato.
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