Para assinalar os 10
anos do CAIS DO OLHAR, os fins-de-semana estão guardados para lembrar
alguns textos que por aqui foram sendo publicados.
O QU’È QUE VAI NO
PIOLHO
Em Maio, Audrey Hepburn será capa da Vanity Fair.
Como não poderia deixar de ser, a capa é elegantíssima.
O seu filho Luca Dotti volta a lembrar que Audrey não se considerava bonita, nem entendia por que as pessoas assim a consideravam.
Achava que era muito magra (tinha 50 Kgs.), nariz e pés grandes e seios pequenos demais, mas sempre se recusou a encher os decotes como os estúdios pensavam que seria o ideal.
A capa da Vanity Fair recupera a fotografia que aparece em Audrey Hepburn: A Biografia da autoria de Donald Spoto, publicada em todo o mundo, incluindo Portugal.
Audrey Hepburn quis ter um casamento afectuoso, uma vida normal, mas o casamento com Mel Ferrer, os seus persistentes e desesperados ciúmes mataram-lhe o sonho, não mais se recompôs e dedicou os últimos anos de vida a causas humanitárias.
Percorrem-se as fotografias de Audrey Hepburn, e o encantamento que ela irradia, projectam ares e murmúrios de delicadeza perturbante.
Citando João Bénard da Costa em Muito Lá de Casa:
Durante muito tempo, mulheres assim metiam-me algum susto. Não sei se tinha medo de as partir a elas, ou elas que me partissem a mim.
Em toda a sua carreira Audrey Hepburn apenas ganhou um Óscar da Academia – Férias em Roma de William Wyler’s e em que contracena com Gregory Peck.
Os oscars da Academia de Hollywood valem o que valem – em minha opinião: nada! Basta lembrar que My Fair Lady de George Cukor teve nomeações mas nenhuma para Audrey Hepburn no papel de Eliza Doolittle.
Diz tudo.
Numa carta a George Cukor, que se pode ler na autobiografia escrita por Donald Spoto, a actriz desabafa com o realizador:
Acho que não sou a única que não está às escuras. Parece-me tudo muito simples – a minha interpretação não foi das melhores. Acredito firmemente que, se fosse verdade que alguém se queria vingar do Jack Warner ou de mim, ou queria assegurar o Óscar à Julie Andrews, os seus sentimentos seriam automaticamente postos de lado se o meu esforço tivesse sido digno. Como “My Fair Lady” significou tanto para mim, esperava secretamente uma nomeação, mas nunca contei com um Óscar. Assim, estou desiludida mas não surpreendida como os meus amigos parecem estar.
Tão pouco os senhores da Academia conseguiram reparar na desconcertante Holly Golightly que ela foi no filme de Black Edwards Boneca de Luxo, Audrey à janela, de viola na mão, cantando Moon River que Henry Mancini compôs, em estado de graça, possivelmente, apenas a pensar em Audrey Hepburn.
Truman Capote queria, o filme é baseado no seu livro, Breakfast At Tiffany’s, Marilyn Monroe para o papel feminino. Deram-lhe uma Audrey Hepburn, que veio a revelar-se deslumbrante de graça e leveza.
Não desfazendo em Marilyn, chama-se a isto escrever direito por linhas tortas.
Como não poderia deixar de ser, a capa é elegantíssima.
O seu filho Luca Dotti volta a lembrar que Audrey não se considerava bonita, nem entendia por que as pessoas assim a consideravam.
Achava que era muito magra (tinha 50 Kgs.), nariz e pés grandes e seios pequenos demais, mas sempre se recusou a encher os decotes como os estúdios pensavam que seria o ideal.
A capa da Vanity Fair recupera a fotografia que aparece em Audrey Hepburn: A Biografia da autoria de Donald Spoto, publicada em todo o mundo, incluindo Portugal.
Audrey Hepburn quis ter um casamento afectuoso, uma vida normal, mas o casamento com Mel Ferrer, os seus persistentes e desesperados ciúmes mataram-lhe o sonho, não mais se recompôs e dedicou os últimos anos de vida a causas humanitárias.
Percorrem-se as fotografias de Audrey Hepburn, e o encantamento que ela irradia, projectam ares e murmúrios de delicadeza perturbante.
Citando João Bénard da Costa em Muito Lá de Casa:
Durante muito tempo, mulheres assim metiam-me algum susto. Não sei se tinha medo de as partir a elas, ou elas que me partissem a mim.
Em toda a sua carreira Audrey Hepburn apenas ganhou um Óscar da Academia – Férias em Roma de William Wyler’s e em que contracena com Gregory Peck.
Os oscars da Academia de Hollywood valem o que valem – em minha opinião: nada! Basta lembrar que My Fair Lady de George Cukor teve nomeações mas nenhuma para Audrey Hepburn no papel de Eliza Doolittle.
Diz tudo.
Numa carta a George Cukor, que se pode ler na autobiografia escrita por Donald Spoto, a actriz desabafa com o realizador:
Acho que não sou a única que não está às escuras. Parece-me tudo muito simples – a minha interpretação não foi das melhores. Acredito firmemente que, se fosse verdade que alguém se queria vingar do Jack Warner ou de mim, ou queria assegurar o Óscar à Julie Andrews, os seus sentimentos seriam automaticamente postos de lado se o meu esforço tivesse sido digno. Como “My Fair Lady” significou tanto para mim, esperava secretamente uma nomeação, mas nunca contei com um Óscar. Assim, estou desiludida mas não surpreendida como os meus amigos parecem estar.
Tão pouco os senhores da Academia conseguiram reparar na desconcertante Holly Golightly que ela foi no filme de Black Edwards Boneca de Luxo, Audrey à janela, de viola na mão, cantando Moon River que Henry Mancini compôs, em estado de graça, possivelmente, apenas a pensar em Audrey Hepburn.
Truman Capote queria, o filme é baseado no seu livro, Breakfast At Tiffany’s, Marilyn Monroe para o papel feminino. Deram-lhe uma Audrey Hepburn, que veio a revelar-se deslumbrante de graça e leveza.
Não desfazendo em Marilyn, chama-se a isto escrever direito por linhas tortas.
Texto publicado em 12
de Abril de 2013
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