Com este novo texto é que eu tenho a perfeita
sensação de ir estoirar com toda a vossa benevolência e paciência...
Mas que querem...
They’re all
that’s left you!”
(Paul Simon)
Às vezes, quando o Verão se aproxima e o calor aperta, acontece
virem-me à memória os tempos de Paço d’Arcos.
Com os meus pais e os meus irmãos, ia para Paço d’Arcos três meses por
ano, de Julho a Setembro.
A Família começou a ir por minha causa, contou-me um dia a minha Mãe.
Com poucos meses de idade comecei a sofrer de otites nos ouvidos, levei uma
série de fortes injeções e os meus pais chegaram a temer que viesse a sofrer
danos irreparáveis de audição. E foi o Dr. Nobre Leitão, que então me tratou,
quem aconselhou aos meus pais uma ida para as praias da Linha, que seriam
ideais para eu apanhar todo o iodo de que necessitava para uma mais rápida
recuperação. E Paço d’Arcos era a praia que mais próxima estava de Lisboa, o
que permitiria ao meu Pai fazer o vaivém diário sem grandes problemas.
Fui para Paço d’Arcos com um ano de idade e na última vez que para lá
fomos eu teria os meus 8 ou 9 anos, pelo que teremos passado quase uma década
por aquelas bandas.
Não sei porque deixámos de ir. Talvez que a vida pessoal e escolar dos
meus irmãos, 7, 8 e 9 anos mais velhos do que eu, já não se compadecesse com
uma tão prolongada ausência de Lisboa… Talvez que as viagens diárias se
estivessem a tornar demasiado desgastantes para o meu Pai, já a caminho
dos 55 anos…. Pela minha Mãe não deve ter sido, certamente, porque ela
apreciava a fuga à rotina que esses três meses lhe
proporcionavam…
Os meus irmãos falam-me de outras casas, mas eu recordo-me, apenas, de
duas: uma que ficava mesmo defronte do Mercado, num velho prédio que já não
existe; e outra um pouco mais afastada do centro, mas que ainda hoje existe e é
o edifício onde se encontra o restaurante italiano “Pátio Antico”.
Dos tempos de Paço d’Arcos tenho memórias dispersas, embora as que
tenho sejam muito vivas.
Os meus irmãos, muito mais velhos do que eu, como já vos disse, não me
ligavam patavina, e quando me ligavam era para me pregarem alguma partida ou
para me impingirem namoradas, coisa que não era nada do agrado de um miúdo
tímido e ligeiramente introvertido, como era o meu caso.
Mas quando a minha prima Lena nos vinha visitar e passar uma temporada
connosco, o caso mudava de figura e eu passava a ser o centro das atenções.
Para ela, pelo menos…
Ela era como que nossa irmã mais velha, porque viveu durante muitos
anos em nossa casa.
Depois licenciou-se em Letras e tornou-se numa jovem professora que, em
anos diferentes, fora destacada para liceus nos dois extremos do País, uns anos
em Bragança e outros em Faro.
O dia-a-dia dessas férias era rotineiro: praia de manhã e, para mim,
sesta obrigatória após o almoço e depois brincadeira no jardim, enquanto a
minha Mãe se sentava na esplanada a fazer “tricot” na companhia das amigas.
Mas recordo a canseira que era a ida e, sobretudo, o regresso da
praia, e de nesse trajeto diário passarmos junto a uma janela de r/c que tinha
um papagaio com quem os meus irmãos gostavam de meter conversa, e também
junto de um outro r/c ou cave, numa das transversais do jardim, que tinha à
janela grandes recipientes de batatas fritas a arrefecer ao ar livre, que os
meus irmãos às vezes roubavam às escondidas da minha Mãe, que ia sempre à
frente, fazendo-as passar de mão para mão, tão quentes elas estavam.
Da praia propriamente dita não recordo grande coisa, para além do
trivial dos banhos e das brincadeiras na areia. O que melhor recordo era a
ansiedade que todos, pequeno e crescidos, tínhamos em relação à chegada da
mulher dos bolos, porque nem sempre estava garantida a Bola de Berlim ou o
pacote de batatas fritas. Dependia sempre muito do estado de humor da nossa
Mãe…!
Tirando dois acontecimentos especiais, que propositadamente guardarei
para o fim, o facto mais notável que recordo na praia de Paço d’Arcos foi o de
um carro que estava estacionado por cima das pequenas arribas que ficavam
defronte das rochas se ter destravado e ficado pendurado, com as duas rodas
dianteiras suspensas no precipício. Parece que, por milagre, não caiu, e o
assunto até foi tema de notícia de jornal nos dias seguintes, segundo me lembro
de ter ouvido dizer. Mas foi um enorme arraial e toda a gente desatou a
correr pela praia fora até ao local do acidente.
Mas tenho algumas memórias cinéfilas em Paço d’Arcos, uma delas
absolutamente maravilhosa.
No pequeno largo que fica num dos extremos do jardim havia um Cinema
onde os meus irmãos iam com muita frequência e onde eu nunca ia… Mas uma vez
fui mesmo, talvez porque os meus pais estivessem ocupados nalgum jantar e aos
meus irmãos não tivesse restado outra solução senão levarem o miúdo com eles…
O Cinema estava cheio de bombeiros, que ficavam de pé encostados à
parede, porque - imagino agora eu - havendo um quartel na vizinhança talvez que
eles estivessem autorizados a entrar “à borla”, desde que não ocupassem
qualquer cadeira.
Era um filme com o Pat Boone (e se o fixei foi porque a minha irmã Rosa
Maria, apaixonadíssima por ele, deve ter andado vários dias a falar disso…),
que muitos anos mais tarde me dei ao trabalho de identificar. Chama-se, no
original, “All Hands on Deck”e é de 1961, o que bate certo com a minha
memória.
Se o filme se tivesse estreado nesse mesmo ano eu teria 7 anos; se o
foi no ano seguinte, o que me parece mais provável, eu teria 8 anos. Em ambos
os casos, uma grande dificuldade para ler as legendas com a rapidez necessária
e, consequentemente, para perceber bem tudo o que se passava no
ecrã…
O filme decorria numa base naval americana situada não sabia bem onde,
na qual estavam estacionados vários navios e soldados da Marinha, e o Pat Boone
era um deles. A determinada altura soava um alarme de alerta de ataque
(imaginava eu…) e os soldados começavam a correr como doidos de um lado para o
outro…
O estranho é que, no interior do Cinema, os bombeiros também começaram
a correr e, por uns largos segundos, eu senti-me como se estivesse dentro de
algo semelhante à “Rosa Purpura do Cairo”, do Woody Allen, com personagens a
saírem a correr do ecrã para a sala, e vice-versa…
A explicação só me foi dada no final: parece que, por uma incrível
coincidência, a sirene dos bombeiros de Paço d’ Arcos soou quase em simultâneo
com a do filme, obrigando os bombeiros a sair do cinema a correr e provocando,
para um miúdo de 7 ou 8 anos, uma confusão dos diabos com as correrias no ecrã
e as correrias fora dele…
Inesquecível...! Lembro-me como se tivesse acabado de acontecer.
Hoje sei que não era um filme de guerra, mas mais uma daquelas comédias
patetas realizadas pelo rotineiro Norman Taurog, que se passa nas docas de Long
Beach, na Califórnia, e que o tal alarme fazia parte de um exercício de
simulacro de abandono do navio (coisa que na altura nem fazia a mais pequena
ideia do que era…) e que o Pat Boone tinha tanto jeito para representar como eu
para tocar violino…
Mudando de tema, lembro-me também que em Paço d’Arcos me sucedeu uma
coisa que podia muito bem ter abalado, em definitivo, a minha confiança nas
mulheres…
Como permanecíamos lá até finais de Setembro, apanhávamos a chegada do
Outono e, por vezes, a de um tempo um pouco mais frio e desagradável que nos
afastava da praia e nos obrigava a ficar na esplanada do Lima, mesmo no meio do
jardim (ainda por lá anda, embora com algumas alterações…). E com o frio
começavam a chegar ao jardim os primeiros vendedores ambulantes de castanhas
assadas.
Acontece que, por essa altura, eu tinha aquilo a que os meus irmãos
chamavam uma “namorada”, que num desses dias de frio e de mau tempo resolveu
insistir comigo para lhe comprar um pacote de castanhas. Perante a minha
afirmação de que não tinha dinheiro, a pequena não esteve com meias medidas e
disparou: “Se não tens dinheiro, vai pedir à tua mãe que te dê…”
Ora se eu não pedia dinheiro à minha Mãe para comprar “chupas” e
rebuçados, de que gostava muito mais, nunca na vida lhe iria pedir para comprar
castanhas para uma “namorada”… “Se não pedires, não brinco mais contigo…”, acrescentou
ela. E nesse preciso momento perdi a “namorada” e a vontade de vir a ter
qualquer outra nos tempos mais próximos…
Outras coisas de que me lembro bem em Paço d’Arcos…?
De uma vez ter ido dar um passeio de barco à volta do Bugio, com os
meus irmãos e a minha prima Lena.
De haver umas garraiadas ali para as bandas de Porto Salvo, onde o meu
irmão Zé Carlos, fugindo desesperadamente à frente de um pequeno bezerro,
perdeu de vez a oportunidade de impressionar a Família e de lhe mostrar que
tinha todas as condições para seguir as pegadas do pai e se afirmar como um
grande aspirante a toureiro…
De por vezes um circo descer à vila e ficar instalado ali bem perto da
estreita rua principal, num extenso descampado onde hoje foram abertas largas
avenidas e erguidos grandes arranha-céus. E é claro que a chegado do circo era
motivo de grande agitação para a pequenada.
Também as tardes e noites de jogos de Hóquei em Patins nos provocavam
algum alvoroço, embora não me lembre de ter assistido a esses jogos muitas
vezes. A maior parte delas ficava a espreitar de fora pelo gradeamento, que não
deixava que se visse grande coisa
E ainda, é claro, a chegada das Festas da vila em Setembro, quando o
jardim se enchia de luz e cor com as pequenas pistas de carrinhos, os carroceis
e as barraquinhas de farturas e de algodão doce.
Falei-vos da memória do Cinema e só me resta, para terminar, falar-vos,
igualmente, da memória da Música. Mas, para isso, teremos de regressar à praia.
Naqueles tempos era habitual ouvir-se uma voz de altifalante em toda a
praia, alertando para qualquer coisa: crianças que se perdiam dos seus pais,
pais que perdiam as suas crianças, recém-chegados à praia que pretendiam
localizar uma determinada pessoa, em tempos onde ainda não havia recurso a
telemóveis, objetos que se perdiam ou que se encontravam na praia, eu sei lá mais
quê…
Eu passava os dias a brincar na areia ou junto ao mar e, como é
natural, nunca ligava nenhuma a essas mensagens.
Mas uma bela tarde vejo a minha prima Lena vir a correr na minha
direção a dizer-me: “Luís Miguel (ou Luisinho, já não sei bem…), estão a
chamar-te à cabine de som”…
Chamam-me à cabine de som…? Mas por que raio me chamam à cabine de som,
pensei eu…? Só pode ser mais uma brincadeira dos meus irmãos…
Mas, enquanto pensava, ouvi de novo o altifalante a gritar, e agora sem
sombra de dúvidas, “Atenção, chamam à cabine de som o menino Luís Miguel Mira”.
Intrigado, lá fui, e ao chegar à esplanada dei com o meu pai encostado
ao gradeamento, calças cinzentas, camisa branca aberta no pescoço e, pelos
ombros, aquele blusão ligeiro cor de café com leite que ele às vezes usava,
quando se vestia de forma mais ligeira.
Para perceberem o meu espanto e o extraordinário da cena, o meu pai
nunca, mas mesmo nunca, ia à praia e, muito menos, aparecia assim de surpresa a
meio de uma tarde. Ele trabalhava no escritório todos os dias, incluindo
sábados e domingos de manhã, e só depois disso regressava para passar o resto
do dia connosco, quase sempre com um almoço fora e um passeio de carro até
Sintra ou até Cascais, mas nunca na praia.
Um dos motivos que justificavam a fobia do meu pai em relação às praias
era o fato da pele dele ser branca, demasiado branca, e quando apanhava um
pouco mais de sol ficava, de imediato, muito vermelha. Era o que lhe acontecia
nas tardes de touros, não obstante todo o cuidado que tomava.
Mas, naquela tarde, tudo fora previamente combinado, é claro, e o meu
pai só se dignara aparecer na praia porque nessa noite, talvez para comemorar a
chegada da minha prima Lena ou qualquer outra coisa, jantaríamos todos ao ar
livre na esplanada. E é aqui que surgirá a música, mas já lá iremos…
Às vezes dou comigo a pensar: porque será que todas as memórias que
tenho da música na minha infância estão relacionadas com o Verão e – iria
jurá-lo… - com noites de luar…? Porque será que não me consigo recordar de uma
só canção que possa relacionar com o vento, a chuva, o mau tempo…?
Foi numa dessas noites de calor que os meus irmãos saíram de casa e
vieram apanhar o fresquinho para uma fonte circular que havia no Mercado Geral
de Gados e eu ouvi, pensando que o som vinha da janela da nossa casa (hoje
percebo que seria impossível e que ele deveria vir de qualquer rádio ou
gravador portátil…) o Pat Boone a cantar “A Wonderful Time Up There”….
Foi num fim de tarde de Verão, aí pelos meus 10 anos, que saí do cinema
(Roma…? Aviz…?) enamorado pela Marisol, depois de a ver pular e cantar em
“Tômbula”:
“La vida es una tômbula, tom tom tômbola
La vida es una tômbola, tom tom tômbula
De luce y de color, de color
De luce y de color, de color
E todos en la tômbola, tom tom tômbola
E todos en la tômbola, tom tom tômbula
Encuentran el amor, el amor”
(não sei se é bem assim, mas é assim que me lembro e é assim que vai ficar…)
E foi numa noite de luar de Agosto, em Sines, já com uns 12 ou 13 anos,
que me apaixonei, desta vez a sério, pela Françoise Hardy, que, tal como eu o
faço agora neste apeadeiro da vida, também na altura tinha decidido apanhar o
comboio das recordações:
”Quand je me tourne vers mês souvenirs
Je revoi la maison où j’ai grandi
Il me revient des tas de choses
……………………………………………..
Je reviendrai un jour, un beau matin
Parmi vos rires
Oui, je prendrai un jour le premier train
Du souvenir”
Poderia ser uma memória agradável para uma criança ela poder contar: Estávamos na Quinta da Tala. Era Inverno e lá fora fazia um frio de rachar. O vento fazia bater as persianas das janelas, mas no nosso salão estava uma temperatura agradável e a lenha crepitava na lareira enquanto nós ouvíamos… nada! Nem uma só memória de música dos dias frios de Outono e de Inverno…
Mas nesse dia da vinda do meu pai à praia esperava-me uma noite especial.
Naquele tempo, por debaixo da reentrância do passeio onde hoje estão aquelas grandes letras luminosas a dizer PAÇO DE ARCOS, havia a tal esplanada de que já vos falei, com um terraço sobre a praia, onde nós, por vezes, ficávamos a jantar.
A um canto do terraço havia uma máquina na qual se metia uma moeda e se escolhia uma música, que depois começava a tocar. É claro que era uma “Jukebox”, mas eu nunca tinha antes visto nenhuma igual, quanto mais conhecer-lhe o nome em inglês…
Essa máquina fascinava-me.
Eu ficava à espera que alguém viesse meter uma moeda e depois colava os olhos ao grande vidro e ficava ali como que encantado a ver o mecanismo em movimento com uma sucessão de pequenos discos em rotação até que, finalmente, saísse aquele que fora escolhido.
A máquina estava quase sempre em funcionamento e muitas músicas se ouviam, umas após outras, nessas noites de esplanada.
Mas uma delas parecia ter um efeito muito especial na assistência. Toda a gente se levantava (enfim, quase toda porque nunca me lembro de ter visto os meus pais nesta cena…) e formava-se um pequeno comboio de pessoas com as mãos nas costas umas das outras, que ia avançando, às voltas, de uma ponta à outra da esplanada.
E lembro-me que a minha prima Lena me chamou nessa noite para me juntar aos “crescidos” e eu também por lá andei, às voltas, deliciado com o que me estava a acontecer.
É claro que nunca mais me esqueci dessa música, embora só muitos anos mais tarde viesse a saber que quem a compôs e a cantava era um Senhor chamado Dorival Caymmi, de quem ainda hoje tenho alguns discos de vinil na minha coleção.
A ccanção – já o perceberam – chama-se “Maracangalha” e a letra, muito simples, é a seguinte:
Eu vou prá Maracangalha
Eu vou!
Eu vou de liforme branco
Eu vou!
Eu vou de chapéu de palha
Eu vou!
Eu vou convidar Anália
Eu vou!
Se Anália não quiser ir
Eu vou só!
Eu vou só!
Eu vou só!
Se Anália não quiser ir
Eu vou só!
Eu vou só!
Eu vou só sem Anália
Mas eu vou!...
Eu vou só!...
A canção é de 1957, pelo que, se estivéssemos no final dos anos 50, em ainda nem 7 anos teria.
Na minha memória, apenas duas falhas em relação à letra original da canção: eu dizia “Nalha”, em vez de “Anália” e, talvez por não saber o que isso era, saltava o “liforme branco” e passava diretamente ao “chapéu de palha”…
E até hoje nunca soube – nem quis saber… - se Maracangalha era um lugar que existia mesmo, ou se se tratava de algum local idílico imaginado, como aquela Pasárgada para onde Manuel Bandeira também gostava muito de ir…
Eu adorava todas essas noites vividas na esplanada da praia, mas esta nunca mais a esqueci e ficou dentro de mim de uma forma muito especial.
A noite, a música, o mar lá ao fundo, os meus pais, os meus irmãos e a minha prima Lena em amena confraternização, tudo isso parecia encher o meu pequeno coração de uma transbordante Felicidade…
Que saudades dessas noites de Paço d’Arcos…!
Qua saudades do barulho das pequenas ondas a morrerem no areal e da lua espelhada sobre o mar..!
Que saudades de todos quantos já partiram…! Os meus Pais, a minha irmã Rosa Maria, o meu irmão Zé Carlos, a minha prima Lena…
E que saudades dessa fabulosa noite em que, em fila indiana e de corpo a balançar, eu fui para a Maracangalha…!
Texto de Luís Miguel Mira
2 comentários:
Que belo texto do Luís Mira, apesar de não me trazer memórias semelhantes pois fui um "menino" que só viu o mar, pela primeira vez, aos onze anos. E menino só o fui da minha mãe, e não me lembro, nesses onze anos, de ter levado um beijo do meu pai (era no tempo em que "os homens não se beijam"-lembro-me de mo dizer um tio meu).
Obrigado Seve!
Deixe que lhe faça uma confissão: eu aconselhei Samy a não publicar este texto no blogue porque o considerei demasiado pessoal e sem qualquer interesse para a generalidade das pessoas. No seu caso, vistos enganei-me...
Quanto ao "beijo de Pai", devia ser um hábito daquela geração... Eu beijava diariamente o meu pai, mas não tenho ideia que ele retribuísse...
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