O presidente do Conselho de Administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo viaja amanhã até Lisboa para a para apresentar a sua demissão ao Ministro da Defesa.
Ao abrigo de um estranho processo de reestruturação dos estaleiros, 340 trabalhadores, dos 782 que a empresa possui, vão para o desemprego.
A indústria naval é um sector delicado da economia, que necessita, que, à frente dos seus destinos, esteja gente competente e conhecedora do sector.
Esta gente que agora se demite, sabia tanto de indústria naval como qualquer vulgar cidadão, ou seja: NADA!
Esta gente que agora se demite, foi colocada naquelas cadeiras para dar cumprimento a esse velho e costumado vício que dá pelo nome de “jobs for the boys”.
Esta gente que agora se demite, sairá com os seus ordenados em dia, as respectivas indemnizações, possivelmente um qualquer prémio por não se sabe bem o quê, e irão regressar à secretária donde saíram para irem para ali exibir a sua vaidade, receber mordomias.
Os trabalhadores agora despedidos, começarão o calvário dramático do desemprego, uma das sensações mais dramáticas que se pode experimentar.
Quando lemos que alguns trabalhadores dos estaleiros tentaram agredir os administradores, sentados no maple em casa, não podemos ter o desejo fácil de criticar mas olhar, tentar perceber, o desespero que começam a enfrentar, teremos que não condenar facilmente e olhar para o seu drama, porque só quem nunca ficou desempregado pode ignorar uma situação destas.
O Sr, Bispo de Viana do Castelo vai reunir amanhã com o que resta da administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, diz ele, para abordar a necessidade de apoio aos 380 trabalhadores despedidos.
"O que podemos fazer é acolher essas pessoas e ajudá-las, e ao mesmo tempo pedir a Deus que a empresa não feche porque é fundamental para a cidade, para o distrito e para o país", salientou D. Anacleto Oliveira.
Num país tradicionalmente católico, Deus é sempre chamado para resolver qualquer problema e até hoje com resultados nulos.
Quando chegará o dia em que a incompetência, a corrupção serão averiguadas, julgadas e castigadas?
E isso estará nas mãos dos homens e não de um qualquer Deus,
Para quando a chegada de um outro dia das surpresas?
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