Em fàtima, esteve reunida a Conferência Episcopal Portuguesa.
A Igreja Católica espera que o novo Governo oiça o "grito da crise" para responder com soluções às pessoas mais desfavorecidas e prometeu estar atenta à actuação governativa no campo social.
A conferência reconhece:
"Numa crise quem é que sofre mais? Não são aqueles que estão no topo ou no meio da pirâmide social, mas são aqueles que estão na base, eu diria abaixo da base, no subsolo da pirâmide social".
"Todos esses que são os desempregados, são as famílias endividadas, são as simples pobrezas, as antigas e as novas pobrezas, eu acho que têm que ter uma reposta", declarou, considerando que "um governo só será governo da nação na medida em que pensa naqueles que estão em pior situação".
No longínquo Malawi, um anónimo desenhou este grito:
“Eu tinha fome
e vós fundastes um clube humanitário
para discutirdes sobre a minha fome.
Agradeço-vos!
Eu estava na prisão
e vós correstes à igreja
a rezar pela minha libertação.
Agradeço-vos!
Eu estava nu
e vós examinastes seriamente
as consequências morais da minha nudez.
Eu estava doente
e vós ajoelhastes-vos a agradecer ao Senhor
o dom da saúde.
Não tinha casa
e vós pregastes o amor a Deus.
Parecíeis tão piedosos, tão perto de Deus.
Mas eu ainda tenho fome, continuo só,
nu, doente, prisioneiro e sem casa.
Tenho frio!”
Curiosa a ideia de a Igreja dispor-se a fiscalizar o governo.
Seria interessante perguntar aos senhores bispos em que país, nos últimos anos, têm vivido, e lembrar-lhes que quando o povo passa fome o rei não pode comer faisão.
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