1.
Assunção Esteves foi eleita para a Presidência da Assembleia da República sendo a primeira mulher a assumir o cargo que é também o de segunda figura do estado.
Independentemente do partido que a apontou para o cargo, é bom saber que se trata de uma mulher culta e inteligente, factores que provocam o prazer de quem anda por aqui, diariamente, a aturar tipos baços, incultos e boçais.
Essa gente sábia, em que os jornalistas de hoje se transformaram, apontava Guilherme Silva e Mota Amaral como prováveis candidatos ao cargo, mas um qualquer golpe de asa, possibilitou a indicação de Assunção Esteves e, a insensatez e imprudência de Pedro Passos Coelho ao aceitar a chantagem de Fernando Nobre, puderam ter algum simulacro de esbatimento.
Impossível não rasgar um sorriso de contentamento e lembrar Jean Ferrat que, citando Aragon, cantou que a mulher é o futuro do homem.
2.
Tomou hoje posse o novo governo que vai tentar cumprir o programa da troika.
Ainda antes de o ser, Vitor Gaspar, novo ministro das Finanças, reuniu-se de manhã com os três chefes da missão da troika que tem vindo a negociar o empréstimo de 78 mil milhões de euros concedido a Portugal.
Assim como tomar o pulso para que nada, mesmo nada, que nos vai dar cabo da vida, possa ser esquecido.
3.
Desculpem a nota pessoal que se segue:
O governo de José Sócrates não era o meu governo, mas como governo eleito pelos portugueses, que são sábios, tive que o aguentar.
Muito menos este governo de Pedro Passos Coelho será o meu governo, mas como
governo eleito pelos portugueses, que são sábios, terei que o aguentar.
O governo de José Sócrates tinha um ministro, Pedro Silva Pereira, que me deixava à beira de um ataque de nervos.
O governo de Pedro Passos Coelho terá um ministro, Miguel Relvas, que vai fazer com que continue à beira de um ataque de nervos.
Ambos são palavrosos, donos de um discurso redondo, manhoso, hipócrita e obsoleto.
Ambos são donos de um sorriso-de-não-sei-bem-o-quê.
Decididamente não tenho descanso…
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