O Diário de Lisboa publicou o seu último número no dia 30 de Novembro de 1990.
Em vias de extinção, está o título, que a edição do Diário de Lisboa do dia 2 de Maio de 1974, colocava em destaque: O povo unido jamais será vencido!
O 1º de Maio será uma data que nunca se extinguirá.
Mesmo em tempos de repressão que, ainda existem pelo mundo, mais do que se possa imaginar, há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz NÃO!
Algures, numa esquina do tempo, alguma coisa falhou, alguns erros cometemos.
O sonho de um futuro melhor, apenas existiu naqueles dias de exaltação e esperança.
A muitos, à grande maioria, voltou o velho esquecimento.
Naquele primeiro 1º de Maio, ouviu-se: se isto não é o povo, onde é que o povo está?
Mas muitos se interrogaram: por que é que agora havia tanta gente, quando antes éramos tão poucos?
Há também a lembrança das palavras de um jornalista chileno que, ouvindo o povo Unido jamais será vencido, disse a um camarada português que se arrepiara.
No Chile ele também ouvira aquele grito, mas não tardou muito que o fizessem calar.
Isto de ter memória, é uma porra!
Os tempos em que até os capitalistas do Casino Estoril, respeitavam o Dia do Trabalhador, e faziam-no decretar, como publicidade paga, nos jornais:
Ou como, passados alguns poucos anos, ironicamente, Mário Castrim escreveu:
Cá por mim já foi tempo. Estivemos todos em estado de graça durante a infância da democracia. Era quando os polícias mandavam parar o trânsito para passar o carrinho do bebé. Era quando os responsáveis da GNR vinham à televisão e garantiam que se tinham tornado vegetarianos. Era quando as bandas fardadas abrilhantavam as festas do povo em Belém. Dá quase vontade de dizer que era no tempo em que os animais falavam.
Sairemos à rua, temos que sair à rua, mas sentimos o gosto amargo de que, não haverá, nos próximos anos, Primavera em Portugal.
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