Pelas noites de Verão, descíamos até à Fonte Luminosa.
Malta nova, correrias, namoros adolescentes, naquele espaço, aberto e largo, que ainda hoje é o relvado da Alameda D. Afonso Henriques.
A fachada principal da Fonte Monumental foi projectada por Carlos Rebelo de Andrade e em redor podem ver-se estátuas e figuras de artistas como Diogo de Macedo, Maximiano Alves e Jorge Barradas.
Pretendia-se que fosse inaugurada em 1940, para assinalar a chegada das águas do canal Tejo a Lisboa.
No miradouro, que fica no alto da Fonte, havia uma esplanada.
A televisão ainda não tinha esmagado o quotidiano das pessoas, e espalhadas pelas mesas, deliciavam-se com a frescura da noite, conversavam entre cervejas e refrescos.
Um tempo lento e suave, uma memória perdida e cheia de silêncios.
Chegados os tempos da televisão não mais houve esplanada.
Um dia, a Fonte Monumental deixou de ser luminosa e a água deixou de cair.
Obras de reabilitação ocorreram em 2005 e custaram mais de um milhão de uros.
Foi água e luz de pouca dura.
Desde 2007 que o lindíssimo monumento tem vindo a degradar-se.
A instalação eléctrica, canalizações, projectores de luz, aos poucos, foram sendo roubados.
A casa das máquinas foi vandalizada e a desolação abateu-se sobre a Fonte.
Desde Fevereiro que decorrem obras de requalificação e que se espera estejam conluídas em Agosto próximo.
Custos superiores a 1,1 milhão de euros.
O projecto prevê um percurso de visita do espaço e vão ser criadas estruturas de apoio ao visitante, bem como uma plataforma na área central do espaço, que funcionará como miradouro. A área de visitantes, particularmente a galeria, poderá receber exposições permanentes ou temporárias.
Há quem diga, e não são poucos, que em tempos de crise, o dinheiro ali enterrado deveria ter outro destino.
As gentes que viveram aquelas noites antigas de Verão, não pensam o mesmo.
1 comentário:
ja ta funcionar e fica lindo
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