Retratos de Sombra
António Mega
Ferreira
Capa: polaroid
de Ilda David
Assírio & Alvim, Lisboa, Maio de 2003
E, no entanto, Marguerite Yourcenar não se encerrara
num esplêndido isolamento, que fosse indiferente ao destino dos homens: «É
evidente que desejaria transformar o mundo. Sobretudo, porque gostaria que os
homens fossem mais lúcidos e se preocupassem mais em tornar a vida suportável
do que em complica-la». Por isso interessava-a mais a destruição das coisas, da
Natureza, do ambiente, do que as reviravoltas da memória humana: «Sem dúvida,
cada país, casa povo, cada Governo, tenta dar da História uma certa imagem que
lhe convém. Nesse sentido, pode falar-se de uma certa falsificação da memória,
mas não creio que, a não ser em casos-limite, o Poder seja necessariamente
inconciliável com a necessidade de preservação do passado na memória humana».
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